LUZES HUMANAS cintilam para salvar o futuro

 


DESENHADORES DE RUA EM 2015 NA SANTA CASA DE CURITIBA CELEBRANDO O SUS

Melhor falar de vida do que de doença, certo? Mas alfaces são seres vivos e nós, como os coelhos, as matamos e comemos. Para não falar que comemos também o coelho. O universo é divino mas a vida é bem contraditória. Basta olhar para os lados e ver o quanto estamos hoje aprendendo a respeitar as leis do planeta e do universo divino. Diferentes bactérias, vírus e epidemias convivem com a urbana sociedade humana. Eles vieram para ficar: alguns novos como Ebola, Dengue, HIV e o recente Covid-19; outros bem antigos recrudescem na virada deste milênio, tais como a cólera, malária, sífilis, sarampo e tantas outras moléstias mais, como enfermidades ameaçadoras, sem contar doenças degenerativas, também novas ou antigas. Todas exigem esforços crescentes da ciência e dos sistemas de saúde. E tem seus custos, tanto monetários, como psicossociais, esses diante das perdas afetivas, sejam elas familiares ou culturais, na súbita quebra de certos hábitos, em parcerias e nos sistemas de vida, nos quais já havíamos nos acomodado. Resiliência é a palavra utilizada hoje para resumir estratégias e táticas de sobreviver às ameaças naturais e repentinas, que assolam coletividades na sociedade humana e urbana. Como todo homem vivido, eu resisto a novas terminologias: prefiro o velho instinto de sobrevivência, como raiz para essas modernas e eficazes técnicas para, literalmente, escaparmos das ameaças e do medo coletivo que elas trazem. Aliás, medo é antítese de amor e fraternidade, é pai de todo ato covarde, pai da violência e do ódio. Temos visto, nos enfrentamentos para novas doenças, desde finais do século passado, que o “remédio coletivo” mais efetivo tem sido mudanças, positivas e definitivas, tanto em certas rotinas como nos hábitos nos nossos usuais estilos de vida, mesmo que alguns deles, arraigados, tenham feito parte das tradições entre pais e avós. Pois eles, esses nossos entes queridos, se foram por moléstia, guerra, trânsito ou aventura; eles foram pródigos em morrer de causas violentas ou desconhecidas, muito mais jovens do que idosos hoje em dia. Vejo nesta atual pandemia uma maioria de enfermos como aqueles que não mudaram as suas formas de viver, sofrendo basicamente de nostalgia por um estilo quase cinematográfico de cotidiano, ultrapassado para esta realidade atual. Afinal, a atual pandemia não é assim tão cruel como cenários antigos da nossa civilização, anteriores aos  séculos coloniais que antecederam a Era Republicana. E mesmo nessa, tuberculose, gripe espanhola e sífilis dizimaram populações. Ainda que estes de hoje sejam tempos frustrantes, eles assim o são em comparação a exacerbadas expectativas, aos sonhos recentes, naquela euforia de sucesso e de promessas impossíveis, vinda com a troca de milênios. Espera de felicidade que recaiu sobre uma nova geração de líderes mundiais, hoje repudiada.

RABISCOS MEUS PARA A PRAÇA DOS TRÊS PODERES EM BRASÍLIA
RABISCOS MEUS PARA PRAÇA DOS TRÊS PODERES (ABSOLUTISTAS?) EM BRASÍLIA

Neste cenário, é difícil escapar desse sentimento de frustação ou desencanto, para não falar em patologias clínicas severas, como ansiedade e depressão. Hora de separar o joio do trigo: não podemos assumir fracassos crescentes da gestão planetária na nova Era Republicana da humanidade, iniciada e vivida no século XX, um tempo vivido metade dele em guerras e metade em choques de ideias, preponderando nelas concepções hedonistas, pretensiosas e narcisistas. Após seu preparo no século XIX, a filosofia para a Era Republicana propunha e prometia que se estabelecessem os princípios e normas para cidadania desde a hegemonia da comunidade, através de gestões públicas estatais bem democráticas, gerada desde os pensamentos e demandas vindas desde forças políticas populares. A forma de gestão sobre o planeta se daria por Nações, organizadas como repúblicas independentes, soberanas e democráticas, onde o poder emanasse do povo e para o povo, por ele sendo conduzido. A isso se deu nome de Modernidade: pensamento e filosofia para governos laicos, de saberes técnicos e sem crenças subjetivas, religiosas ou individualistas dos governantes, submetidos a um parlamento cujo colegiado representasse diretamente as comunidades de cada Nação. Para definir o governante e o colegiado até hoje há nações com voto indireto – como EE.UU, Rússia e China, por exemplos – e outras de voto direto, como a nossa. Além dos governos há também instituições e órgãos públicos, com corpos técnicos e de servidores por carreiras, cujas metas e desempenho assegurem justiça, eficiência e efetividade aos serviços estatais.

Dois desafios ou impasses, inerentes às heranças recebidas pela Era republicana, a meu ver não chegaram todavia a ser resolvidos; e hoje ainda preponderam. Ambos estão situados na prepotente nostalgia humana pelo Poder Feudal. Seria ele transferido ao governante, eleito nas novas repúblicas? Ou, pelo contrário, devido a revolução científica e industrial, ele passaria ao novo mandatário da atividade econômica produtiva, essa impulsionada por frenética inovação e expansão técnica, entre industrialização e Informatização? A disputa pela herança do Poder Feudal, fomenta guerras entre nações desde arranjos empresariais com interesses por insumos e mercados. O povo, hoje cidadão e eleitor, não participa dessa nostalgia pelo fausto daquelas velhas monarquias, porém admira suas expressões culturais principescas e, quando pode, se aventura no acesso a elas por carreirismos de caráter militar ou eclesiástico. O primeiro impasse desse desafio, ainda não resolvidos na Era Republicana, é a questão da propriedade territorial e imobiliária, o segundo é a mais valia de produtos e serviços, ou sejam, atividades e ações que mudam os ambientes e as matérias planetárias, para as transformar em objetos de comercialização e consumo.

FOTO SOBRE O FILME "A ASSASSINA" DE HOU HSIAO-HSIEN SOBRE RELAÇÕES FEUDAIS DE PODER

Antes todo direito sobre território e terras, assim como bens de consumo sobre elas, esteve sempre sob efetivo domínio do Soberano ou Rei e de seus leais Bispos e Senhores Feudais, nas pessoas de Marqueses, Condes, Viscondes e Barões, essas cada qual mantendo porção do território sob sua guarda e exploração. Toda estratégia de poder se valia de armas e na aliança entre fortes feudos, apoiados na corte por monarca, magos e detentores do saber. Servos, súditos e mulheres nunca opinavam. Cada um dos senhores feudais tinha absoluto direito sobre moradias ou casas, sobre a força de trabalho e a luta dos seus súditos; mas também devia a eles proteção sobre suas vidas e seus lares, ou mesmo sobre sua saúde nos tempos de pestilência e de ameaça externa. Para defesa do território e seus habitantes, o Senhor Feudal usava toda magia e todas armas então disponíveis no seu castelo. O Projeto Republicano na questão territorial, ora em choque e em xeque, fracionou e transformou o antigo feudo de domínio, monocrático e estratégico do espaço planetário, em propriedades imobiliárias individuais e transmitidas por herança ou por venda mercantil. De outro lado, permitiu que produtos do beneficiamento sobre matérias naturais preciosas fizessem a riqueza individual crescente de setores dirigentes da produção com seus intermediários e agentes, voltados a conservação e à concentração de bens: reduzindo, assim as valias para os criadores, as forças de trabalho e processadores em geral de bens essenciais. Tudo virou mercadoria, tanto espaços quanto bens essenciais à vida. Não é à toa que todos os sustos internacionais na Economia Mundial hoje ainda se sucedam desde o mercado imobiliário e desde operações monetárias de papéis sobre mercados especulativos, onde se intermediam inventos, inovações, armas, medicamentos ou vacinas, guerras e outros variados produtos, alguns sob prospecções subjetivas e arriscadas. Todo êxtase da modernidade republicana, nesta ótica, foi frustrado. Até fé virou produto cigano, mutável e vendável. Por isso e no meu ponto de vista, a modernidade na sua plenitude não se realizou, segundo engenharia e ciência sábias lá concebidas no século XIX. Isso, portanto, nos faz pensar que essa tal Pós Modernidade seja uma grande ilusão ou uma simples e mera jogada de marketing.

Da mesma forma, fica difícil aceitar termo neoliberalismo e alcunha neoliberal para setores mais conservadores da política atual. Pois liberalismo no século XX atribuía à Livre Iniciativa Econômica liderar, através do empresariado, o desenvolvimento republicano. Nele havia fidalga e absoluta responsabilidade da Produção para com segurança e felicidade dos seus clientes, consumidores e trabalhadores, buscando sua fidelização, alinhamento e lealdade, a ponto de se preocupar com comunidades em muitos e diferentes aspectos, hoje restritos à competência do Poder Público, tais como Moradia, Berçários, Saúde e Educação básicas, assim como mobilidade e acessibilidade dos trabalhadores e clientes. Foi um ideário liberal que hoje já não existe: responsabilidade social de empresas se restringe a donativos, isso se dedutíveis no fisco, e a pesquisas que interessem à produção e exploração econômica direta no presente ou no futuro de curto prazo. Nada tem de fidalguia, não se preocupa com seus consumidores e trabalhadores. Assim, sem creches, transporte coletivo, escolas e postos de saúde mantidos por empresas, como impedir que Estados Republicanos e a Gestão Pública assumam de fato e de direito a cobertura pública integral da segurança, educação e saúde, para dar um mínimo de seguridade ao povo, ora abandonado por seus bispos e patrões, se não por eles explorados, desde a venda de produtos totalmente desnecessários, obsoletos, e, em alguns casos, de impacto direto na saúde e longevidade dos seus consumidores.

Diante da recente recaída feudal de nossas repúblicas em direção ao absolutismo, se utilizando do serviço online da internet para fakes que confundem a realidade dos fatos, para salvar o futuro nós haveremos, então, por repensar nova geografia para os espaços republicanos, tão logo se reorganize tecnicamente a nova democracia digital, desde Estados mais interativos e aderentes à sociedade, Desse modo ficarão para os governantes eleitos, que se sucederão no novo Estado de espaço digital e democrático, os papeis relevante de,representar o povo somente para dimensionar e aprimorar a máquina pública, naquilo que tange aos  meios contínuos do serviço público, ficando on line com a comunidade tratos para segurança e seguridade para paz, e, ainda, eventuais ajustes em atos públicos de rotina para sempre fiscalizar, orientar e estimular relações equilibradas, sustentáveis e justas entre economia e sociedade. Tenho certeza de que, no futuro deste milênio, qualquer equação estatal será emanada dentro dessa linha acima; e permitirá novo e acelerado desenho da Saúde Planetária, cujos serviços individuais ao cidadão e à natureza continuam  universalizados, públicos e integrais. Também acredito que estas velhas ideias como parceria público-privada não mais trarão escambo entre os empresários e governantes. Pois, nesse redesenho por Gestão da Democracia Interativa e Digital, as parcerias serão restritas à celebração e a pactos por contrato, entre produtores e consumidores, sob solene mediação do Estado Inteligente, esse efetivamente republicano, sustentável e justo. Sonhar não tem preço para quem, como eu, não estará mais por aqui nessa segunda metade do século. Sem as luzes, nenhuma matéria, cristal ou ouro é capaz de brilhar. Serei aí pura energia de luz, E estarei por aí a dançar e a ver; sabe o que? ... a reabilitação plena e saudável deste nosso atualmente tão combalido planeta. 

NO MEU PASSATEMPO PREDILETO DE OBSERVAR E DESENHAR A CIDADE 

   
 

Comentários

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